As aparências não(?) enganam!!!

O que é mais importante pra você, o que você é? Ou o que os outros acham que você seja?

Antes de você dar aquela resposta precipitada, de que o que importa é o que você é, vamos pensar um pouco.

Você já ouviu falar do "teste cego" da Kaiser?

As pessoas experimentam várias cervejas, sem saber qual marca estão tomando  e escolhem a mais saborosa. A kaiser ganhou disparado.

Mas isso não aumentou a venda da cerveja.

Este mesmo tipo de teste já foi feito com cigarros, mostrando que dificilmente uma pessoa, ao tragar vários cigarros diferentes, consegue identificar qual é a marca que a pessoa fuma.

Se você fuma FREE, por exemplo, e tragar Marlboro, Camel, Kent e FREE, não saberá identificar qual é o FREE.

O negócio é que em um teste cego, você depende apenas do paladar e do olfato; mas quando sabe o que está provando, seja cigarro ou cerveja ( e qualquer outra coisa), toda uma ideologia incorporada pela Publicidade e Propaganda se manifesta no seu cérebro, alterando sua percepção e fazendo com que você não sinta apenas o sabor físico-químico da coisa, mas também todo um sabor subliminar incutido por toda uma vida de propagandas sobre o produto.

Assim, como você acha que Marlboro é um sabor de macho, que o fará estar rodeado por lindas mulheres, carros de F1, roqueiros e figuras cult em geral, uma tragada deste cigarro será maravilhosa.

O mesmo vale para as cervejas.

Você já prova uma Bohemia "sabendo" que ela é uma cerveja de qualidade e que Krill é cerveja de peão de obra. Acredite, isto muda a percepção do seu paladar. Por isso que a Kaiser, apesar de ser tão saborosa, ainda terá que gastar milhões com publicidade até alcançar as marcas líderes.

Experimente colocar Coca-Cola e um refrigereco à base de cola em copos sem identificação e peça para as pessoas experimentarem. Pouca gente identificará o que está tomando.

Agora eu retomo a pergunta inicial do post de hoje: O que é mais importante? O que você é de fato, ou os o que os outros pensam de você?

Vou usar a minha profissão como exemplo.

Sou professor e em todas grandes escolas particulares somos avaliados por pesquisas de opinião, popularmente conhecidas como IBOPE.

Como além de ser professor, também sou coordenador em duas escolas, tenho acesso livre aos dados obtidos.

Nas escolas onde eu sou o coordenador, fazemos 6 perguntas:

1) O professor cumpre os horários?

2) O professor mantém a disciplina em aula?

3) O professor faz uma lousa organizada, realçando os tópicos importantes da matéria?

4) O professor explica a matéria de maneira clara e eficiente, mostrando dominar o conteúdo daquilo que leciona?

5) O professor, de maneira geral, se relaciona bem com a classe?

6) De modo global, que nota você atribui a este professor?

São perguntas objetivas e não possuem, necessariamente correlação. Entretanto, quando o aluno gosta do professor, acaba dando nota máxima para ele em todas as perguntas; ao passo que quando não gosta, acaba dando nota baixa em todas as perguntas.

Desta forma, um professor que eu tenho certeza de que a lousa é horrorosa, acaba tendo nota máxima; ao passo que um outro que tem uma lousa linda, acaba sendo linchado no ibope.

Não adianta o professor ser bom. 

O mais importante é o que os alunos achem que ele é bom. (?)

Eu mesmo, que sou acostumado a lidar com isto, acabo tendo meus momentos capengas.

No ano em que casei, sem perceber, acabei ficando de mal com a vida. Resultado: canetadas no ibope! Fui alertado pelo meu coordenador e voltei à minha simpatia. No outro ibope, 2 meses depois, voltei ao topo do rank.

Passei a ser um professor melhor? Não. Mas passei a ser simpático novamente e todo mundo passou a me achar bom.

Percebe como a coisa é séria?

Não adianta, em muitos casos, o que você realmente é, mas sim o que os outros acham que você é!

O que existe dentro da cabeça das pessoas acaba afetando tudo aquilo que você faz!

Bem que a gente podia ter um manual de instruções e os outros pudessem acessar antes de pensar algo sobre a gente né? 

Creio que isto é intrínseco ao ser humano e não se trata de um defeito.

Acho até que há uma graça nisso, pois podemos ser o máximo para alguns e um lixo para outros!

Já pensou que muita gente nunca se aproximou de você porque o acha um chato?

Já pensou que você não se aproximou de uma monte de gente por estas informações errôneas incutidas na sua cabeça?

Já pensou quantos professores perderam o emprego só porque você não gostou dele?

Outro exemplo que gosto de citar, agora defendendo o lado dos alunos, é o caso da classe que é taxada como problemática.

Uma sala de escola pega a fama de ruim ou problemática, ou até mesmo de burra.

Aí tudo que surge de dúvida nesta sala o professor acha um saco responder, afinal naquela classe só tem antas mesmo...

Já pensou quantos bons médicos nunca se formaram por culpa de professores assim? Quanta gente deixou de prestar engenharia porque foi tratado como gente de segunda categoria?

A nossa análise da realidade não depende apenas de fenômenos palpáveis. Nossa análise é profundamente influenciada pelo nossos (pré)conceitos.

É por estas e outras que aprendi a gostar de todos os meus alunos. Sempre há, em algum lugar lá dentro, uma pessoa muito legal, muito inteligente, com ideias arrojadas, esperando a oportunidade de se mostrar ao mundo!

Beijo pras meninas; abraços aos meninos!!!

Ah, já ia me esquecendo... Quer saber do meu regime?

Perdi 10kg!!!!

Mas a luta continua!!!!

Olha como o mundo é estranho. Isto é uma foto do meu celular em cima da minha cama.

É o foto mais visitada do meu Flickr! Dá pra entender a cabeça das pessoas? Hahaha

www.flickr.com/profteteu apareça!